segunda-feira, 29 de julho de 2013

A falha espaço-temporal - sobredotados

O sobredotado.
A falha espaço-temporal:
Viver em vários espaços-tempos
Isto se complica ainda.  Tempo do vivido individual, mas que é também recolocado no contexto do espaço-tempo do universo. Tomar uma decisão no aqui e agora torna-se muito difícil por este levar em conta o antes, o depois, mas também o outro lugar. A perspectiva de si é muito diferente pois relativizada na escala do tempo e do espaço.
O sobredotado raramente está no tempo certo e esta diferença acarreta uma desagradável sensação de estranheza e, paradoxalmente, de incompreensão do  mundo.
Uma diferença no tempo gera sempre problemas de comunicação com os outros: não se compreende, não se está sincronizado.
Não estar certo sobre o mesmo tempo: o grande malentendido com o mundo!
  
» Quando o tempo não está sincronizado com o que se vive: não poder aproveitar das coisas
É uma combinação da falha espaço-temporal e da diferença do tempo: o sobredotado tem dificuldade de estar totalmente no que ele faz, no que ele vive.     Seu pensamento o conduz a analisar seu presente em lembranças ou num passado mais amplo.

» O impossível carpe diem
“Um dos grandes problemas de minha vida, é de ter sempre a impressão que eu vejo um filme.    Eu não participo do que eu vivo. Estes são os momentos em que eu me sinto pior. E depois de repente, eu me sinto em contato com o mundo, eu fico exaltado e eu tenho a impressão que eu posso tudo fazer e isto me enerva, então eu não chego a fazê-lo mais.”

Olivier, jovem adulto, exprime com correção este contraste entre os momentos onde ele se sente fora da vida e os momentos onde ele se sente todo-potente e vive como uma frustração seus próprios limites e aqueles do mundo.

O carpe diem dos filósofos que incita a aproveitar plenamente o que se vive no aqui e no agora da situação restar inacessível. A meta-análise do sobredotado sobre todos os momentos vividos o priva da possibilidade de ser tranquilamente autor de uma cena. Ele não é jamais ator, ele resta sempre o espectador. Ou mesmo o comerntarista de sua própria vida. Como uma voz off. Isto é fatigante. Doloroso por vezes. 
(J.S.-Facchin)