quarta-feira, 25 de junho de 2014

Comming-out intelectuell

Elle est inévitable, tout zèbre y a été confronté au moins une fois dans sa vie, ne serait-ce qu'à l'annonce de l'existence de ses rayures, & pourtant elle est toujours aussi angoissante cette question !
La voici la voilà : doit-on faire son coming-out intellectuel :?:
Autrement formulé, faut-il en parler ou pas ?
Il est un éternel recommencement d'explications avec force détails (sans quoi il n'y a pas d'explication claire envisageable !), de prises de risques (& donc de déceptions potentielles allant de paire avec ces prises de risques...), de combat de jugements préconçus liés au spectre de la supériorité intellectuelle qui fascine & qui, en même temps, inquiète.

En clair, ce n'est pas simple & je crois qu'il est absolument impossible de répondre à cette question en étant catégorique,  tant le contexte & l'histoire personnelle de chacun peuvent influer sur le résultat, & les conséquences qui en découleront. Conséquences qui, je vous le rappelle, pourraient être importantes, tant dans le sens positif que négatif (ce qui est plus embêtant !) :-|

J'ajouterai que le coming-out intellectuel n'a pas non plus la même portée (ni les mêmes incidences) selon qu'il s'agisse d'un grand Zèbre (d'un adulte) ou d'un zébrillon (d'un enfant !) :-o

Attention donc aux répercussions qu'un coming-out mal compris pourrait avoir dans la vie de votre enfant au quotidien, dans ses activités, dans ses relations amicales, etc.
Les idées reçues ont la peau dure & les jalousies se traduisent souvent en petites réflexions acerbes vis à vis des plus jeunes eux-même (s'attaquer aux parents demanderait plus de cran... il est donc plus facile de diriger les pics vers l'enfant) qui sont démunis & ne peuvent faire face à ces coups portés, parfois d'une grande cruauté & injustice.

C'est pourquoi je pense qu'il faut vraiment peser le pour & le contre quand il s'agit d'un coming-out "relationnel" (dans l'environnement familial ou simplement amical),  & ne pas se précipiter lorsqu'il s'agit d'un petit HPI.
Le soutien que s'on s'attendrait légitimement à trouver auprès d'une amie en qui l'on a toute confiance, par exemple, pourrait soudain se muter en une sorte d'affrontement & de compétition, car l'autre n'aurait pas compris la raison de ce coming-out. Elle se sentirait attaquée, rabaissée, voire ferait très vite un parallèle entre sa progéniture & la vôtre qui lui est alors présentée comme "différente" & qu'elle traduirait & percevrait malheureusement comme "supérieure" :cry:

Et de cet énorme malentendu (sans parler du flot d'images toutes faites qui viennent immédiatement entacher l'évocation du mot "surdoué"...) découleront plus de torts, que de soutien & de compréhension.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

quase-invisibilidade / impotência aprendida

Ficou constatada a quase-invisibilidade destes alunos na sala de aula, dentro de suas próprias famílias e, inclusive, para eles próprios. Existem fatores que impedem seu reconhecimento e atendimento na sala de aula e outros ambientes sociais ou laborais. Um desses fatores é o desconhecimento e a falta de valorização (ou a supervalorização) das características e comportamentos destas pessoas, o que significa a negação de suas necessidades enquanto sujeitos aprendentes, que juntamente com os mitos populares existentes numa sociedade que procura a 'normalidade' e a regra, mitos de igualdade impostos, geram inaceitação que se refletem em todo o ambiente no qual a pessoa sobredotada vive.
Quando é reconhecida, pode gerar medo, ódio, inveja ou supervalorização, por manter-se a ideia que, por ser SD, não precisa de atenção.
Em ambientes socioeconômicos e culturalmente desfavorecidos, encontra-se ainda o que Guenter (2006) denomina de Impotência Aprendida, que faz com que as SD se sintam incapazes de dar respostas adequadas às demandas das estruturas de poder porque o que elas produzem, pensam ou dizem, mesmo quando são produtos ou ideias dignos de destaque, não são reconhecidos como indicadores de uma capacidade superior, mas considerados como uma exceção ou atribuídos à sorte, ao acaso, a alguma ajuda humana ou supra-humana.
O mesmo acontece nos ambientes laborais, nos quais a pessoa sobredotada geralmente desenvolve tarefas ou atividades rotineiras, que estão aquém a sua capacidade de desempenho.
*
Desafios no ambiente de trabalho 

Por sua inteligência excepcional, seja em qual área for, essas pessoas podem vir a ter problemas no ambiente de trabalho, dependendo de como a empresa percebe esta alta habilidade.

"Conheci um adulto que era superdotado e, para não ser mal visto pelos colegas, quando a empresa tinha um problema, ele escrevia um bilhete para o chefe com a solução. O chefe não se sentia mal e ele não ficava indisposto com os colegas. Muitas pessoas ficam com inveja por não conseguir fazer o que ele (superdotado) faz", afirma Suzana.

O problema no ambiente de trabalho pode se agravar se o próprio chefe se sente ameaçado por esta pessoa. "O que eles se queixam é que os chefes não permitem que eles vão além. O trabalho é muito rotineiro e pode ser desmotivador. Ele acaba trocando de local". 

Autosabotamento.
(Repositório PUC)
Ser uma mulher sobredotada, você sabe, não é tão fácil...

Ser uma mulher sobredotada comporta certas particularidades. Na trajetória inicialmente. Sabe-se que as pequenas meninas mostram na infância maiores capacidades de adaptação que os meninos. Elas aceitam mais facilmente as “regras do jogo”, em particular escolares, e chegam a aí se conformar. Mas esta adaptação é custosa em energia. É uma estratégia de adaptação. Não é um mecanismo natural. Sua diferença é, para elas também, às vezes complicada em viver e a assumir. Elas se moldam para serem conformes ao que se espera delas.  Mas à qual preço?
Quando a carga é muito pesada e a tensão muito forte, as dificuldades podem surgir brutalmente na adolescência. E, aqui, é mais difícil de ajudá-las pois o sofrimento é antigo e muito cristalizado. Elas não relaxaram nada durante longo tempo. A dor estava contida e se enraizou.


Quando as dificuldades não chamejam na adolescência, a pequena menina sobredotada chega à idade adulta com suas questões sem respostas e sobretudo com o sentimento difuso mas constante de estar sempre deslocada, diferente. Ela pode viver toda sua vida se adaptando, remetendo-se em questão, procurando, nela, as razões de sua inquietação. Mas ela encontra poucas respostas e resta frequentemente numa vida “à margem” daquela que ela amaria tanto viver. E sem compreender. A mulher sobredotada é geralmente sozinha pois sua inteligência singular a isola ainda mais que os homens. Sua sensibilidade extrema a torna difícil de proteger. Então, os homens, os outros, podem ter medo. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

particularidades dos sobredotados inacessíveis à compreensão por normas clássicas

A sensibilidade a serviço da criatividade, a empatia a serviço dos outros, as emoções a serviço da sensação de viver
Quando o jovem sobredotado chega a não sufocar sua sensibilidade, sua receptividade aos outros e sua vivência emocional, estas particularidades de seu funcionamento vão fazer uma personalidade extremamente simpática, carismática, calorosa e apreciada. As emoções, quando elas são integradas naturalmente ao funcionamento, estão na fonte de uma grande força de personalidade e de sua influência radiante. A aposta do sobredotado é de evoluir num ambiente que não vexe sua expressão emocional, que integra esta reação emocional como uma força de vida.

viagem no cérebro.

Viagem no cérebro dos sobredotados... onde se descobre a explicação de suas particularidades de viver e de pensar 
Por este pequeno desvio do lado do cérebro, nós podemos aproximar com um olhar científico os componentes centrais do funcionamento do sobredotado, sobre o duplo plano afetivo e cognitivo. É fascinante, eu o reconheço, ter esta possibilidade de ‘ver em verdade’ os processos invisíveis, é sobretudo prodigioso poder provar que existe singularidades de funcionamento. 

não entrada na consciência - sinestesia.

... Primeiro e ainda na escola, mas também todo ao longo de sua vida. O que é mais frustante, é que o sobredotado é de uma imensa boa fé. A ele não mais sabe como ele sabe nem porquê. Isto funciona em despeito de sua entrada de consciência. Mesmo com uma boa vontade arisca, ele não conseguiria.
 “Quando eu tenho um problema, eu vejo o começo, eu vejo o fim, mas no meio eu não sei o que há.”
 É como o que explica Adrien. Claramente. Todos os sobredotados tem esta dificuldade. Dificuldade paradoxal que reduz por sua estrutura mesma o funcionamento de toda sua riqueza intrínseca.
Sobre um plano neuropsicológico, esta singularidade se explica pela ativação de conexões neuronais que emprestam vias ultrarápidas e por mesmas imperceptíveis à consciência. A intuição fulgurante surge da colocação em ação dessas redes de neurônios carregadas de informações. As imagens cerebrais mostram esta ativação cerebral soterrada que se alimenta de conhecimentos anteriores e da capacidade de criar conexões inéditas. A inteligência intuitiva é a resultante absoluta com suas armadilhas e seus imensos recursos.
Querer se exprimir enquanto que as palavras passam tão rápido na cabeça pode criar sérios problemas de comunicação e verdadeiras dificuldades de relacionamento. Quando não se chega a exprimir precisamente e claramente o que se deseja dizer, que se embaralha e que tudo torna-se confuso, corre-se o risco de não ser compreendido ou compreendido de lado, o que é frequentemente pior. As palavras vem tão dificilmente para traduzir o que se sente.
Então, geralmente, o sobredotado se cala. Não falar pois não se sabe como dizer. E às vezes, quando se fala, ferir bem involuntariamente. Não era a boa palavra, não aquela que seria necessária...
Perder-se no seu pensamento conduz frequentemente o sobredotado a passar por desvios para cercar uma idéia. É por vezes a única solução para tentar clarear suas palavras.

A grande susceptibilidade, encontrada em todos os perfis de sobredotados, é uma das conseqüências do processo neuropsicológico de sensibilidade emocional exacerbada.
A SINESTESIA, UMA SURPREENDENTE COMPETÊNCIA SENSORIAL
A sinestesia é definida como uma associação involuntária de vários sentidos, o que que dizer que a estimulação de um sentido é percebida simultaneamente por um outro sentido, sem que este tenha sido estimulado especificamente. É um cruzamento de sentidos com superposição perceptiva. 
 A sinestesia é constante e involuntária. Não se pode decidir interrompê-la. 
Compreende-se quanto a sinestesia contribui para a receptividade sensorial fora do comum dos sobredotados e para a intensidade da percepção emocional.

nem inteiramente parecidos

Mas também sob o ângulo mais específico das particularidades do funcionamento dos sobredotados que vão adquirir um relevo, uma presença, singularidades à idade adulta. Estas singularidades, já presentes na infância. O intricamento, compreende-se, é estreito entre o percurso da criança sobredotada que se foi, e o adulto que se torna.
Pode-se encontrar nas linhas que seguem dos modos de funcionamento que se encontram em outros perfis de personalidade. É verdade. Mas o que é específico no sobredotado, como sempre, é a intensidade de cada uma dessas expressões de si. E o sofrimento que aí pode ser associado. A frequência da aparição destas características de personalidade permite identificar este grupo, distinto entre os outros, que compõem os adultos sobredotados. Nem inteiramente parecidos nem completamente diferentes...
(Facchin)

o livro

Este livro veio perseguir minha reflexão e minha aproximação na compreensão do funcionamento dos sobredotados, de suas particularidades, de sua riqueza e de sua vulnerabilidade. Mas também prosseguir no tempo. Depois da infância, depois dessa reviravolta do momento da adolescência, vem a idade adulta. E o quê, precisamente? O que se tornam essas crianças atípicas?
Como vive, adulto, esta personalidade tão singular? O que se pode fazer dessa inteligência aguçada cujos efeitos podem ser tão dolorosos, como administrar esta sensibilidade que se procura muito frequentemente sufocar, como chegar a construir uma vida que nos assemelha e na qual se sente bem? Isto é somente possível? E, se sim, como ou a qual preço? Com esta questão lancinante e central: pode-se, sim ou não, ser um adulto sobredotado feliz? (Facchin)