domingo, 25 de dezembro de 2016

diferença de comportamento

'Na vida, observa-se facilmente a diferença de comportamento segundo o tipo de situação.
Sendo o contexto carregado de informações, em particular emocionais, o sobredotado não chega a canalizar a sua atenção. Ele se coloca em modo <vigia> e não permite entrar em seu cérebro a não ser o mínimo de informações vitais... Nestes momentos, tem-se a impressão que ele não escuta, que ele não está lá. Por vezes prejudicial para ele e muito provocante para o meio. Ele está em modo econômico! Então, para se fazer entender, será preciso repetir um grande número de vezes!
O sobredotado funciona em tudo ou em nada. Mas, para ele, o tudo, é frequentemente demais.
Não é verdadeiramente escutar, não é verdadeiramente refletir com uma economia de energia cerebral. Um sobredotado pode verdadeiramente dar a impressão de ser idiota a tal ponto, ele pode às vezes reagir, tomar decisões, de maneira irrefletida. O mais frequente: em modo vigia, ele responde, toma uma decisão superficial ou pior, de lado. Donde vêm numerosos erros e conflitos inextricáveis. muito difícil efetivamente compreender e aceitar que este ser inteligente e sensível teria podido agir, intervir, de forma tão inadaptada. Não se pode chegar a o crer. Frequentemente o sobredotado procurará vos persuadir que ele não o fez de propósito, que ele não pensou nas consequências, que ele não havia bem compreendido e, tão surpreendente e desconcertante que isto possa parecer, é verdade! O que o pode conduzir a impasses de comunicação: o outro não pode entender uma inverossimilhança igual e insiste. Então o sobredotado, no fim de argumentos justificáveis, deixa o <combate>. Ele se fecha, não diz mais nada, foge. Ele não sabe mais o que é preciso dizer e prefere se subtrair à confrontação por impotência de afrontar. Ele não tem argumentos válidos, ele o sabe, mas o outro não pode admitir.
As crises, os conflitos, as reclamações sem fim, as punições, as reprimendas, segundo a disposição de cada um dos protagonistas, serão as consequências desse <desfuncionamento> ativado bem involuntariamente pelo sobredotado, ele mesmo infeliz de tanta incompreensão recíproca. 
Vê-se como esse funcionamento pode ser compreendido como de insolência, de impertinência ou de provocação.
***
No sobredotado, todas a informações são captadas nas redes de neurônios que circulam e se repartem em várias partes do cérebro. As conexões não são localizadas numa zona cerebral distinta (o que se observa atualmente com as localizações funcionais). De mais, o tratamento é simultâneo, o que significa que tudo é tratado ao mesmo tempo e no mesmo nível de importância. O número de neurônios tocados é reduzido de velocidade. Eles têm efetivamente... a cabeça cheia!
Este 'trio automático' não se aciona no cérebro do sobredotado que se reencontra em face de uma multidão de informações que se deve tratar 'manualmente'. Fala-se em déficit de inibição latente. O que supõe um esforço singular para se 'colocar' dentro de sua cabeça e determinar quais são os dados a privilegiar. Compreende-se bem a dificuldade que encontra o sobredotado quando ele deve organizar e estruturar seu pensamento. E quanto resta a capturar com todas as emoções e sensações associadas.
O estilo <independente do campo> permite descontextualizar facilmente e de ser mais eficaz na ativação das capacidades intelectuais. O espaço é desobstruído para desencadear o recurso necessário à resolução de um problema dado. Ele é associado às personalidades independentes, pouco influenciáveis e que chegam a colocar de lado o afetivo quando é necessário. Elas sabem fazer <parte das coisas>.
Nada disso tudo para os <dependentes do campo>, que são rapidamente afogados em tudo o que os cercam e que não chegam a extrair o essencial (ou o que parece sê-lo). Os sobredotados, é claro, são estes aqui!
Particularmente perdidos na abundância da sua percepção das coisas, o sobredotado não opera a diferenciação necessária a um tratamento rápido e eficaz dos dados. Mais ainda, sua dependência do contexto é amplificada pela dimensão afetiva. 
Um sobredotado é sempre dependente do contexto afetivo, ele não sabe, ele não pode funcionar sem levar em conta a dimensão e a carga emocional presentes.'
O desafio: selecionar a informação pertinente.
Nessa ativação cerebral permanente e acelerada, como chegar a reparar a informação principal? Como distinguir o dado pertinente para resolver o problema ali, naquele momento? Tudo vai muito rápido e tudo aparece no cérebro ao mesmo tempo. Quando se tenta agarrar uma ideia, ela está já muito longe e outras centenas surgiram. Como, enfim, liberar-se da carga emocional que se ativa no mesmo ritmo que os neurônios e que provoca o pensamento em zonas ainda mais longínguas?' (Siaud-Facchin)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Política para sobredotados. Brasil. 2015.


Já era hora...
... porém receio, a serem enquadrados em um sistema, e através de quem, no Brasil? Em princípio, significa um passo, um foco em direção aos sobredotados. Benzadeus.
<... substitutivo a projeto de lei (PLS 254/2011) de Marcelo Crivella (PRB-RJ) ...>
< Durante a discussão na comissão, Paim disse acreditar que o atual modelo educacional brasileiro ainda não consegue explorar com efetividade o potencial desse tipo de aluno. Os estudantes estariam em uma condição de “invisibilidade”, o que traz prejuízos para eles e para o país. >