quarta-feira, 22 de julho de 2020

Vamos avanzando...se habla de la intensidad emocional, de la hipersensibilidad, de las necesidades educativas, de los estigmas sociales, de que la diferencia no es cuantitativa, sino cualitativa ("la alta capacidad es una manera diferente de entender y procesar la realidad"), de lo aparentemente caóticos que parecen en las tareas cotidianas....y bien por la foto, más relacionada con la creatividad que con Einstein, en la que por fin vemos a una niña!!! (B. Suarez)
¿Quieres saber si tienes un hijo superdotado?

segunda-feira, 20 de julho de 2020


Et si l'extrême intelligence créait une sensibilité exacerbée ? Et si elle pouvait aussi fragiliser et parfois faire souffrir ? Être surdoué est une richesse. Mais c'est aussi une différence qui peut susciter un sentiment de décalage, une impression de ne jamais être vraiment à sa place. Comment savoir si l'on est surdoué ? Comment alors mieux réussir sa vie ? Comment aller au bout de ses ressources ? Ce livre permet de mieux comprendre et de réapprivoiser sa personnalité. Pour se sentir mieux avec soi et avec les autres, pour se réaliser enfin. Ancienne attachée des Hôpitaux de Paris et de Marseille, Jeanne Siaud-Facchin est psychologue praticienne. Spécialiste reconnue des surdoués, elle est notamment l'auteur de L'Enfant surdoué, le livre de référence sur ce sujet. Elle a également créé Cogito'Z, premiers centres français de diagnostic et de prise en charge des troubles des apprentissages scolaires.

Surdoué,... un handicap?

surdoué au monde moyen


Trechos de obra, inteligência diferente.

"(...) Esconder um diagnóstico é impedir a criança sobredotada de se conhecer tal como ela é de verdade. É fazê-la crescer amputando uma parte de si mesma. Ela sofrerá, sem ter as chaves que lhe explicarão as razões.

Sua hipersensibilidade, sua percepção amplificada do mundo, sua emotividade transbordante serão vividas por ela como defeitos que é preciso reprimir. Ela não saberá jamais que ela é uma criança cuja personalidade se articula em torno de singularidades intelectuais e afetivas que fazem ao mesmo tempo uma criança de uma grande riqueza e uma criança distinta. Tem necessidade de ser acompanhada pelos pais com docilidade e firmeza benevolente. É uma força frágil que pode brilhar e vos maravilhar, mas pode se quebrar ao mínimo abalo.

Eu serei franca. Poucos são capazes de integrar todas as dimensões que comporta este reconhecimento a respeito de um sobredotado. Poucos chegarão a integrar todas as nuances. Então sim, pode-se falar sobre, somente àqueles que saberão ouvir.

O difícil reecontro com os outros.

‘Eu posso ser esta parte de mim que corresponde aos outros de minha classe, e então me entendo bem com eles. Mas não há ninguém outro com quem eu posso partilhar o resto de minha vida, ninguém compreende o que me importa o mais.’ Chloé, 5 anos, é entretanto uma minimenina, já perdida no recreio...

Fazer-se amar e compreendido por aqueles que se ama e que contam... aquilo que está em jogo em toda uma vida.

Para a criança sobredotada, que tem dificuldade a encontrar nos outros referências identificatórias, que se sente por sua vez tão parecida e tão diferente, que geralmente não compreende a reação ou atitude dos outros, que sempre se sente diferente mesmo quando parece integrado... o encontro com os outros é perturbado. ‘Um patinho feio’, pode sentir um autêntico sentimento de estranheza.

Compreendemos que o sobredotado não pode comunicar senão com suas emoções. É por este meio que ele vai tentar entrar em contato com os outros, com o mundo.

Imensa clarividência na infância com os recifes que espreitam nosso sobredotado sobre sua estrada: compreender e se fazer compreender, comunicar-se enquanto não se funciona segundo os mesmos processos, encontrar-se enquanto que os outros nos veem estranhos. Como motivo condutor, uma experiência dolorosa de diferença permanente e de incompreensão recíproca.

Nos primeiros anos, ele não observa o mundo, ele o transpõe de seu olhar. Suas interrogações parecem já presentes. Possuídas. As mães contam às vezes o quanto elas se sentiram desconcertadas por este todo-pequeno que posava sobre elas um olhar interrogador. Algumas dizem mesmo que elas se sentiram desestabilizadas. ‘Às vezes, eu ouso com custo relatar a você, mas seu olhar me fazia medo. Eu tinha a impressão de que ele me julgava. Nestes momentos, eu me colocava logo em seguida nos braços de meu marido.’ Desde pequeno, seus gestos, sua postura, suas mímicas, ocupam o espaço. Vivo, curioso, ele interpreta o mundo numa linguagem não verbal. E absorve tudo o que se passa em torno. Ao máximo.

A leitura, geralmente antes da hora. Por que ela lê? Porque ela procura compreender o mundo e porque ela capta muito rápido que o acesso à linguagem lhe abrirá as portas do infinito. E justamente, ele, o infinito, é seu estratagema! Então ela pede para aprender. Ela entrará na leitura como um verdadeiro desejo de descobrir o mundo! Os pais ouvirão dizer que um aprendizado ‘selvagem’ pode prejudicar a aprendizagem ‘acadêmica’.

Ela tem necessidade somente de um guia, não um mestre.

A capital confiança entabulada pela experiência na escola.

O difícil encontro da criança sobredotada com a escola vai progressivamente entabular sua capital confiança. No sentido etimológico, confiança vem de fé, fides em latim. O que significa ter fé em si e ter fé naqueles que os cercam. Entretanto, para o pequeno sobredotado, o inverso é que se produz. Sua vivência escolar o faz seriamente duvidar da possibilidade de contar com os outros.

Em casa, isso se complica também. (...) E depois, sentir as fragilidades e limites de seus pais complica todo o processo de identificação: apoiar-se nestes modelos para crescer ao passo que eles parecem tão frágeis... O pequeno sobredotado, desconcertado, constrói-se geralmente sozinho, erigindo suas próprias referências. Não é fácil.

Estes são os riscos: não é um drama anunciado.

Ir-se à melhor compreensão do funcionamento atípico dos sobredotados e à importância de um acompanhamento esclarecido.

O pequeno sobredotado não compreende a ligação com os adultos. Para ele, pode-se falar com os outros, pequenos e grandes. Sem distinção. Pouco a pouco, lhe dizem que este gênero de coisas não se pergunta a ‘pessoas grandes’. Ele assimilará que não se deve. Aos poucos, se calará. Recuará em si mesmo. Mesmo se ele não compreende sempre porque estas questões perturbam...

As dificuldades.

As dificuldades podem passar muito tempo despercebidos pois a criança compensa-as com sua inteligência. Até um certo momento onde não é mais possível. Restemos atentos em face das dificuldades escolares dos sobredotados, elas podem ter uma causa específica!

As ciladas da diferença. Funcionamento intelectual atípico.

A natureza de suas dificuldades. Estão ligadas, claro, à diferença produzida pela inteligência diferente, mas quem outrem da maioria o sabe? Elas estão também ligadas à dificuldade de ter acesso às suas estratégias de pensamento.

Os primeiros malentendidos: não compreender os implícitos.

Eu poderia vos trazer mil e uma anedotas. Todas refletem a mesma constante: a pessoa sobredotada não decodifica os implícitos. Ou, mais exatamente, ela os compreende ou os interpreta diferentemente. Como pensar que a dificuldade vem toda simplesmente da ilusão que cada um bem compreende da mesma forma.

Mais tarde também. Sua forma singular, distinta daquela do aluno ordinário que integrou desde muito tempo o saber-fazer escolar, o arrasta a uma decodificação paralela, diferente ou ainda para além da questão proposta. Então, é claro, ele responde por lado, faz um parênteses ou entrega folha branca, pois ele está convencido que não sabe fazer.

A espiral: da incompreensão à acusação.

Compreende-se quanto este modo de funcionamento engana o sobredotado e o coloca no centro de uma espiral de incompreensão recíproca. O sobredotado não acede a uma visibilidade sobre seu funcionamento singular e fora das normas, e vive estas censuras como tanto os ataques injustificados que ferem a confiança que ele pode testemunhar nos adultos, ele mesmo uma criança ingênua e hipermadura!, mesmo quando crescido.  Quem pode ajudá-lo?
O sobredotado tem necessidade de compreender exatamente. Sua busca de precisão é uma estratégia de adaptação, mas que é geralmente vivida como insolência.
Em consulta, eu pergunto a Pierre, 9 anos, como eu faço com todos os alunos, em que ele é mais forte na escola. Eu mesmo fico um instante desconcertado com sua resposta: ‘Forte na escola? Em classe ou no recreio?’
Essa necessidade de precisão encontra-se também na interpretação literal das palavras, fonte de numerosas confusões. ‘Então, Pierre, o que você faz de suas férias?” ‘Eu tenho cuidado disso.”, responde-me este menino ao que eu fiz uma pergunta banal na espera de uma resposta... banal!
Sua forma de pensar singular, distinta daquela do aluno ordinário que integrou desde muito tempo o saber-fazer escolar, o arrasta numa decodificação paralela, diferente ou ainda para além da questão proposta.
A travessia da infância.
Uma maneira de 'estar no mundo' que o distingue de seus semelhantes.
(...)"

(in 'Trop Intelligent pour Être Heureux? L'Adulte Surdoué)
(traduzido por Viviane Anetti)